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Em construção

SISTEMA ECONÓMICO

Para podermos falar do sistema que todos queremos, temos de tentar perceber que valores são os mais consensuais na nossa sociedade.

Baseando-me num documento assinado por 193 países, a Declaração Universal dos Direitos Humanos, eu diria que ter um sistema justo, livre, saudável, sustentável, em paz, com qualidade de vida e com tempo para as pessoas desfrutarem a vida são linhas condutoras bastante consensuais. É tendo em conta estes valores que vou tentar perceber se este sistema cumpre os objetivos e o que devemos mudar.

O sistema que temos hoje é um sistema económico com graves falhas, onde crises financeiras são frequentes, baseado num clima intenso de especulação e com repercussões muito reais na vida das pessoas. Depois de muitos anos com este sistema continuamos a ter de resgatar bancos (instituições que apenas lucram da especulação sem qualquer produção) e países a aproximarem-se da banca rota, sem opções, vendo-se obrigados a pedir emprestado, dinheiro que não conseguem pagar de volta, sendo engolidos pelos juros desproporcionados.

Para percebemos a nossa híper dependência destes órgãos financeiros, os problemas que têm e que provocam na vida de todos nós, aconselho o filme The Big Short (2015) ou o documentário CAPITALISMO (2014).

 

Para além dos problemas óbvios dos órgãos financeiros, o sistema económico também tem provocado enormes desigualdades, com um mercado de trabalho que não responde como desejamos, criando grandes dificuldades na procura de trabalho e na tarefa de obter sustento. Para além disto não resolve, pelo contrário,  problemas como a poluição de rios e atmosfera, a construção em locais protegidos, a agricultura extensiva que esgota os solos, a escassez de água potável, a desflorestação e muitos outros problemas que nos põem em causa como espécie.

 

O que acontece é que o sistema está genuinamente feito para que todos tenhamos de trabalhar e só os melhores têm direito a uma carreira. Mas a realidade é que hoje em dia, com cada vez mais tecnologia há pessoas que querem trabalhar e não podem. Portanto tem de ser criada uma solução para que pelo menos as necessidades básicas de cada um não sejam postas em causa, caso contrário não será possivel atingir os objetivos que falámos a cima, referidos na Declaração Universal dos Direitos Humanos.

 

Há bens demasiado essenciais para estarem dependentes de aspectos económicos, na minha perspetiva qualquer pessoa que queira trabalhar tem de o poder fazer. Como não vamos obrigar as empresas a dar trabalho a todos, temos de dar a possibilidade de produzir, pelo menos, os bens mais indispensáveis a qualquer ser humano, de forma independente. Falo essencialmente da alimentação, água, habitação, eletricidade, transporte, vestuário e calçado. É da extrema importância que tal seja possível porque haverá cada vez menos postos de trabalho e cada vez mais automatização, ter centros de produção públicos permite que independentemente do mercado de trabalho ou estado económico do pais todos tenhamos acesso a uma qualidade de vida aceitável.

Para isto ser possível é necessário instalar centros de produção perto da população, que tenham a capacidade de produzir estes bens. A razão pela qual deve estar perto da população seria exatamente para dar este sentido de acessibilidade, onde quem quer pode ter uma vida tranquila com as suas necessidades básicas asseguradas independentemente do exterior.

Ao contrário do que possam pensar, não é particularmente difícil executar este projeto. Para Portugal por exemplo seriam necessários 1281 centros para abranger toda a população.

Os produtos a produzir devem ser bem escolhidos e devem ter em vista um estilo de vida minimalista pois não se pretende eliminar a atividade económica, que nos fornece tanta diversidade.

Os centro devem ficar na posse de uma entidade responsável, a manutenção/produção deve ser garantida pela população da região, que são os beneficiários dessa produção, e o trabalho deve ser bem dividido, com uma organização eficiente e bem programada, para que cada um tenha de dedicar o mínimo de tempo possível ao centro e possa exercer outras atividades, também elas importantíssimas para a nossa sociedade.

Se for possível numa fase mais avançada do projeto, deve haver uma aposta na tecnologia de forma a reduzir ao máximo o tempo dedicado ao centro pelos cidadãos, permitindo-lhes continuar a beneficiar da produção dos centros sem roubar tempo a outras atividades.

Num estudo mais aprofundado foi me possível averiguar que produtos seriam realmente adequados para estes centro, como podem ver a seguir neste ficheiro Excel. Esta lista deve no entanto, ser modificada de acordo com os gostos da população.

Conquista-se com este projeto uma independência, uma tranquilidade e uma segurança indispensável para a nossa qualidade de vida.

Vantagens e desvantagens

  • As empresas que são especializadas em produtos produzidos nestes novos centros de produção terão de se especializar noutros produtos. Não tem de existir uma preocupação com criação de desemprego pois os trabalhadores destas empresas também têm acesso a estes centros de produção que garantem os bens essenciais.

 

  • O investimento necessário para a instalação destes centros pode ser bastante avultada portanto é natural que o investimento seja feito por fases. Um em cada distrito a incidir nos mais desfavorecidos em idade ativa numa primeira fase, adicionando gradualmente nas fases seguintes vários outros centros mais próximos de todas as populações.

 

  • A adesão da população, pois não deixando de existir a opção de comprar produtos com dinheiro a população pode optar por não usar os centros, o que representa um investimento em infraestrutura com um baixo retorno ou baixa taxa de ocupação. Para evitar este problema deve se investir em tecnologia eficiente que permita ao cidadão dedicar o menos tempo possível à produção e poder assim ter acesso a estes produtos, pois o objetivo deste projeto é facilitar o acesso a bens essenciais, tendo de disponibilizar pouquíssimo tempo de trabalho e podendo assim, independente de fatores externos (como o fator emprego, fator família ou estrato social em que se insere) usufruir de bens essenciais.

 

  • Problemas técnicos relativos á distribuição de bens e de trabalho.

 

  • Haver pessoas desabilitadas que, se os utentes não aceitarem trabalhar por elas, podem continuar sem acesso a estes bens. Uma forma de conturnar essa situação pode ser usando a segurança social ou obrigando todos a produzir para estas pessoas desabilitadas caso de obtenha maioria numa votação realizada por todos.

  • Garantir que mesmo quem não consegue entrar no mercado de trabalho tem acesso a bens tão essenciais como a alimentação.

 

  • Mesmo quem trabalha poderia usufruir muito destes centros, pois representam uma ajuda extra e mais margem de negociação para com o seu empregador.

 

  • Possibilidade de acesso a Alimentação sem precisar de pagar, precisando apenas de assegurar a produção.

 

  • Produção independe do crescimento ou recessão da economia.

 

  • É possível que haja um aumento da procura no mercado monetário e consequente aumento na qualidade de vida dos portugueses, por haver uma poupança no orçamento familiar através dos bens produzidos nestes centos.

 

  • É possivel que as empresas escolham pagar uma parcela menor, passam a poder contratar mais gente, se o entenderem, e cada trabalhador passa a poder trabalhar menos horas.

 

  • A produção na vertical indoor é muito mais produtiva e gasta muito menos recursos (água, transporte, gastos contra pragas, desperdícios).

 

  • Quem não pode trabalhar ou é incapacitado pode ser ajudado apenas deixando outros contribuírem para a produção dos seus alimentos. Esta contribuição é até melhor que as contribuições monetárias pois nos centros são produzidos bens essenciais.

 

  • Caso os produtores tenham objeções podemos garantir que estes produtores poderão produzir a sua própria alimentação nestes centros ou nas suas terras.

 

  • As empresas deixam de ter uma responsabilidade gigantesca sobre o sustento dos seus trabalhadores e passa a ser apenas responsável por extras que todos desejamos poder usufruir.

 

  • Cada um pode escolher que produtos quer produzir.

Conclusão

 

O nosso sistema monetário falha frequentemente de forma imprevisível e as consequências são devastadoras. Por esta razão devemos ter uma forma de assegurar os nossos bens mais básicos. A melhor forma de o fazer é instalando centros de produção perto da população.

Este projecto teria muitos benefícios, desde dar margem de negociação aos empregados até dar oportunidade a quem não consegue entrar no mercado de trabalho mas quer trabalhar para se poder sustentar.

Para além de tudo isto ainda ficamos com uma grande tranquilidade e segurança inatingível de outra forma, pois as necessidades básicas de todos os cidadãos ficam asseguradas sendo no entanto possível desenvolver a economia sem depender dela.

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